sexta-feira, 2 de novembro de 2012




A INOCÊNCIA DO AMOR


A inocência do amor está contida nos gestos simples e meigos que temos quando conhecemos alguém de verdade,não falo do processo de se conhecer, que acontece em todo e qualquer relacionamento, mas do que vem a se concretizar após algum tempo de convívio. 
O ato de se encantar com um simples sorriso da pessoa, de olhar para ela e admirar a forma como ela requebra os quadris quando caminha, seja qual for a direção que tome, de ver os seus cabelos se sacudirem ao vento, com a brisa que toca sua face, do beijo roubado de repente sem avisar. 
Há como é belo essa inocência, essa atitude desdenhosa e carinhosa, desprovida de interesse e de desejo, apenas composta pela vontade da presença, da companhia e do sorriso maroto, menino, garoto. 
Como é bom compartilhar momentos assim. 
Procurar nas mãos que tocam sua face, o carinho, a meiguice, a inocência de ser criança, ter no olhar a esperança branda e tranquila de ver o tempo passar sem pressa alguma. 
Afinal quem tem pressa quando está amando?
Quem se preocupa com o tic tac do relógio? 
Queremos ver o tempo passar e apenas poder ter a certeza de que quem amamos, se for, vai voltar, se partir não será para sempre, haverá o retorno e a  procura mútua pelo beijo e pelo colo, com abraços e ternura, coisa de criança, gestos que se olha e diz: " que fofura..."
Sendo assim, não cresça na arte de amar, porque o amor por si é inocente e puro, quando ele amadurece, fica distante e frio, passe aquele chantili no nariz dele, coloque aquela sobra de brigadeiro molinho no canto da boca dela, pinte uma flor com guaxe na testa dela, desenhe um coração com canetinha no peito dele, enfim, viva, brinque, aproveite a inocência do conhecimento  mutuo, afinal tanto tempo para se conhecer e não ter liberdade de atos loucos e insanos entre os dois, para que então tanto esforço para estar juntos? 
Solte o que há de mais puro em vocês dois e vivam cada segundo de forma livre e tranquila, porque o mundo se encarregará de amadurecer tudo ao seu redor, então pelo menos a inocência do amor, conserve dentro de você e seja feliz, seja louco ou louca, doida ou doido varrido, mas apenas no amor, seja você maduro e sensato para o mundo, mas para quem te ama, seja você, sem medos e sem máscaras, sem lugares para se refugiar ou se esconder, apenas seja você e deixe que sua alegria contagiante domine tudo ao seu redor, reduza a pó as caras carrancudas e marcadas pelo frio e desprezo de quem há muito não sabe mais o quão gostoso é poder beijar quem se ama, sem medo e sem limites.
Viva a inocência de poder amar com liberdade e alegria, viva o momento mais jovial e cortes que se possa ter, afinal, amar é a parte mais nobre e bela de você se denominar ser humano sensato e capaz.


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