domingo, 13 de dezembro de 2015



PARA 2016



Quero alegria nos rostos, quero gente feliz – ou melhor, quero gente que saiba ser feliz!
Quero força para lutar e vontade de mudar.
Quero liberdade, tolerância, disciplina e respeito – às vezes não percebemos que elas são a chave para a paz interior.
Quero políticos honestos, empresários comprometidos, e povo participativo.
Quero gente que reclama menos e faz mais.
Quero que tenhamos menos razão e mais razões para perdoar e pedir perdão.
Quero que o brasileiro aprenda o conceito de coletividade (de uma vez por todas).
Quero o fim dos maus tratos aos animais, o fim do sofrimento e do uso deles para satisfazer os caprichos da raça humana.
Quero saúde, educação, saneamento, e todos os outros itens que fazem ser possível se viver com decência.
Quero o fim do fanatismo religioso, e o fim dos aproveitadores da “fé”, quero o fim dos alienados e o fim do uso do santo nome em vão.
Quero o fim do estado islâmico (não aguento mais ver inocentes morrendo).
Quero o respeito ao semelhante, quero o fim do preconceito, do racismo, da homofobia, do machismo e de toda a violência causada por esses equívocos.
Quero trabalho e quero gente disposta a trabalhar.
Quero a valorização da arte e da cultura, quero o respeito aos artistas (já está mais do que na hora) porque eles são melhores do que nós e porque a vida sem eles seria mesmo um erro.
Quero o fim da impunidade, e quero justiça aos que descumprem as leis.
Quero crianças alimentadas, cuidadas e seguras, quero o fim de todo o tipo de violência contra elas.              
Quero apenas que todos sejam felizes e tenham paz, não só para esse amo, mas para a vida toda!



NAMORE UM BARRIGUDINHO! 
(CARLA MOURA PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM SEXOLOGIA)



Tenho um conselho valioso para dar aqui: se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute! 

Na próxima vez que encontrá-lo, tente disfarçadamente descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo `tanquinho´, fuja! ... 

Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim.
Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta. 

Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais) , acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto. E eu digo por quê. 

Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma e provavelmente será engraçado, mesmo. Já os `tanquinhos´ farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem. Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou coca-cola, tudo bem também. 

Mas você nunca os verá pedindo suco. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com `clight´ que trouxe de casa. E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação. E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um ah, amor, `Quarteirão´ é gostoso, mas você podia provar uma `McSalad´ com água de coco. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar. Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! 

Mas uma gordurinha aqui e ali não matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz. 

Outra coisa fundamental: Homens barrigudinhos são confortáveis! Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível! Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto. E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional. 

Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar,a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar. 

É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz. CHEGA DE VIADAGEM! O mundo inteiro sabe que quem gosta de homem bonito são os viados. Mulher quer homem inteligente, carinhoso e boa praça. Chega de ter a consciência pesada após beber aquela cervejinha, ou aquele vinho, e comer aqueles petiscos.Passe a diante para todos os barrigudos e simpatizantes!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015


E FOI ASSIM QUE EU ESQUECI VOCÊ


E um belo dia eu acordei e você não foi mais o meu primeiro pensamento.
Neste belo dia eu sentei pra tomar meu café e li todas as notícias, uma a uma, sem ter aquela vontade dolorida de compartilhar contigo, de saber a tua opinião…não.
Não me lamentei e nem remoí meu baú de lembranças mental quando passei na porta da sua antiga casa…até lembrei que a gente gostava de ficar horas sentado na escada, mas tal lembrança não me provocou dor, acho que, por fim, ela se misturou á tantas outras lembranças que moram na minha cabeça e não mais no meu coração. Por falar nele, ainda está batendo, e agora não mais acelerado e comprimido ao ter notícias suas.
Fiquei sabendo que você está de caso novo, e estranhamente não fui me consolar com o Queen e uma garrafa de vodca, continuei a redigir meu trabalho como há tempos não fazia. 
Tomar banho e cozinhar sozinho tampouco parece triste agora, e o som do meu silêncio já não mais me apavora.
Quando eu parei de perseguir a felicidade como foragido, que então eu me alegrei com a liberdade recém adquirida; 
Passei a não querer mais assassinar a saudade que me consumia, a deixei livre para ir e vir quando quisesse, e ela se mudou pra longe, passei então a achar graça na tranquilidade tão requerida e voltei a me tratar bem, a me olhar no espelho, de frente, e não mais como um bandido, por ter deixado você.
Quando ouvir a “nossa” música passou a ser uma atividade rotineira, então eu me dei conta que o terremoto havia passado e embora devastado boa parte de mim, eu havia sobrevivido. 
Voltei então a respirar com calma, a dormir direito e não sonhar mais contigo.
Engraçado, mas até a comida voltou a ter mais sabor, acredita? 
Voltei a ver beleza no raiar do dia e de uma hora pra outra, me sentei na varanda para admirar o mundo, não mais para chorar como fazia…aliás, voltei a contar os dias e a planejar a minha tão sonhada viagem, ainda pretendo fazer o roteiro que montamos mas isso não me parece mais um fardo difícil de se carregar.
Talvez eu até te mande uma foto de lá, talvez eu não tenha a mínima vontade de te escrever nada, nunca mais. 
É, quanta coisa ficou fora do lugar, dentro e fora de mim quando nos separamos, mas já comecei a arrumar a casa e quando encontrei aquele velho álbum de fotografias, consegui sorrir com sinceridade, não mais rasgar as fotos como se isso fizesse você sumir de dentro do meu peito. 
Você passou. 
O amor se esgotou.
Deixei-o esvair-se o quanto eu podia e foi assim, nesse belo dia, quando finalmente tinha parado de lutar comigo mesma e deixado você correr na minha corrente sanguínea, quando parei de me lembrar á todo momento que eu precisava te esquecer de qualquer jeito que eu te esqueci.
Eu vivi você, respirei você por dias e dias, repetia teu nome insanamente, e foi só então, que eu te invoquei, que eu consegui te exorcizar.
Foi quando parei de soterrar a memória e aceitei que ela existia, que você deixou de existir em mim. 
Foi quando parei de mentir que não me importava e passei a conviver com a importância que você ainda tinha, que eu deixei de sentir.
Quando parei de te procurar em cada olhar, em outros sorrisos, que eu consegui me reencontrar. 
Você passou. 
Tudo passa. 
O que nunca, jamais, pode deixar de passar, pode passar em branco, é um amor como o nosso.
E daí que acabou um dia? 
Ainda é melhor viver algo e correr o risco de penar de amor, do que não ter nunca sentido nada e preservar a caixa de memórias vazia.
Meu coração se recuperou, cicatrizou e está pronto para ter seu ritmo alterado de novo, para bater forte de novo, para ficar sem fôlego de novo, se sofrermos de novo, paciência, um dia passa… 
Se você passou…
Mas de uma coisa eu tenho certeza: o meu coração já está acelerado de novo, por alguém especial que me completa - que me ama - que caminha comigo na mesma direção - com muitos projetos em comum e todos serão realizados!!!! 
Afinal, ser feliz não tem dosagem exata......


segunda-feira, 16 de novembro de 2015



O MEU POVO SANGRA

Muitos olham minhas belezas, exploram minhas riquezas, em alguns casos esgotam todas elas de tanto que roubam, poluem de forma vil meus rios, mares, açudes, poços de água natural os quais servem apenas para saciar a sede do meu povo.
Invadem minhas terras onde não há controle, não há fiscalização, não há controle no acesso de estrangeiros que roubam minhas riquezas naturais e exploram de forma inadequada meus recursos, que servem para enriquecer meu povo e dar a ele, condições de estudo, saúde, moradia, segurança e principalmente de soberania, afinal, tenho a minha honra e glória a ser respeitada.
Não sei o que fizeram ao meu povo, mas lavaram sua mente com tudo o que podiam de informação descabida e sem conteúdo algum, sem nada que faça com que ele lute por mim, que viva por mim, que enalteça a minha imagem, fora das competições como jogos de futebol, porque é o único momento que me vestem, sim colocam a bandeira que me representa com muita força e fervor em seus corpos, mas apenas nesses momentos, que duram muitas vezes 120 minutos, nada mais que isso.
Depois, bom depois, deixam que tomem conta de tudo e continuem explorando o que tenho de bom, seja a inocência de uma criança, através do sexo, da exploração do trabalho, do tráfico de órgãos, da exploração até mesmo da venda de bebês para o exterior, sem a mínima importância com a vida desses meus novos patriotinhas, desses filhos que podem ajudar a mudar a minha história, usam até mesmo para traficar entorpecentes, como casos de crianças que estavam mortas e recheadas de pasta de cocaína, para serem levadas ao exterior, como foi flagrado no aeroporto de Cumbica – São Paulo.
Eu grito, eu sangro, eu sou estuprado, sou violentado todos os dias, por uma corja de ditos governantes que só esfolam o meu eu, tiram de mim o que poderia ser aplicado para o meu povo, e esse povo não se preocupa com nada, absolutamente nada, apenas em saber se o seu time de futebol, está entre os melhores colocados, se uma novela que incentiva a bandidagem, violência, a desunião familiar e também a desvalorização patriótica tem a oferecer; quando não, um programa que trancafia alguns seres vazios sem conteúdo informativo ou de valor substancial, que passam para crianças e adolescentes, valores distorcidos, que mostram como ser fúteis, seja em um estúdio Big Brother ou em uma Fazenda.
Onde foram parar os verdadeiros valores do meu povo? Onde está a força e garra por defender minhas cores e minhas riquezas? Falam do petróleo, mas e as outras riquezas da fauna e flora que são vilipendiadas, roubadas a olhos vistos e ninguém, absolutamente ninguém grita por defender?
Enfim, deixam tudo acontecer à revelia, as tragédias são anunciadas com antecedência, mas quem foi até lá e evitou? Quem gritou, esperneou, fez baderna para chamar a atenção para o que estava errado? Ninguém, porque afinal, a lavagem cerebral já foi feita e muitos dos documentos que deveriam ter seriedade em seu contexto, são reciclados para virarem mero papel higiênico.
O resultado disso? Desmoronamento em virada de ano, como o do Rio, poluição por descarga de dejetos químicos em rios que abastecem diversas cidades, como o que já ocorreu, incêndio em boates, aviões derrubados por pilotos estrangeiros, aviões que caem em bairros e matam diversas pessoas inocentes, entre muitas que já se passaram e o povo, nem sequer lembra mais.
Agora essa que chocou, matou, dizimou famílias e vidas foram ceifadas por mero descaso de “autoridades”, ditas “competentes”, não foi uma rua, um bairro, o que já seria uma perda inestimável e irreparável, mas cidades, foram lavadas literalmente por um mar de lama, dejetos minerais e destruíram tudo, absolutamente tudo, não sobrou nada, apenas alguns sobreviventes que DEUS poupou, para mostrar ao mundo sua misericórdia, mas mesmo assim, ninguém ficou comovido, colocou uma bandeira minha nas costas e foi a luta protestar, levar solidariedade a essas pessoas, ajuda, apoio ou o que quer que seja. Não, não se motivaram a criar meios para processar e colocar na cadeia e também tirar dos “proprietários” das terras, minas, o dinheiro para repor todo o estrago que causaram. Apenas viram pela tv, uma informação ínfima perante o ocorrido e lamentaram por 05 minutos, mudaram o foco para o futebol, para a novela e deixaram a vida seguir como se nada houvesse ocorrido.
Fora daqui, morrem algumas pessoas, que nunca sequer lutaram por esse País, por mim, nunca defenderam minhas cores e todos mudam a cor de seus perfis sociais em solidariedade, uma vergonha, primeiro arrume sua casa, depois se preocupe com a alheia.
Sinto-me morto e com sérios ferimentos fatais, porque morro a cada dia que passa e ninguém, ninguém mesmo irá fazer nada para me salvar, será mais fácil me vender por qualquer trocado e viver sob o comando de outros, que não sabem o que sou ou quem sou, meus filhos, agonizando me despeço de vocês, porque em breve, nada mais do meu eu irá restar, apenas uma lenda, do que um dia foi um País chamado BRASIL.
 Usei demais a palavra absolutamente nesse texto, porque ela representa o que sinto, que a força de um povo, de uma nação foi minada com toda a força e nada será feito para que recuperem seu direito, vergonha e honra.

ALEXANDRE BARROS – PIT BULL

EM NOME DE TODA A EQUIPE DA TT MIX RADIO WEB, PARA QUE NOSSOS OUVINTES, NÃO SEJAM CONIVENTES COM TUDO O QUE ACONTECE E SEJAM UMA VOZ E UMA FORÇA À ESTREMECER AS BASES DO PODRE PODER QUE ASSOLA ESSE MARAVILHO PAÍS, ESSA NAÇÃO FORTE E RICA.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015


RESPIRAR A LIBERDADE

Poder respirar a liberdade, não tem preço, poder despir não apenas o corpo as roupas, mas de todas as amarras e laços que prendem, sufocam e intimidam a alma, não tem preço.

Poder ver um novo dia raiar e sair por ai com a sensação de estar nua, mas saber que o bom senso e a sociedade não está preparada para essa liberdade, então vestida, mas com algo leve, para que a leveza da alma e do espírito não sejam atrapalhados, caso necessitem voar, flutuar, lançar - se a patamares mais altos e sem compromisso com nada ou ninguém.

Como é bom poder olhar o mundo por outros prismas e ângulos, poder essa é a palavra, poder, esse dom que você conquistou e mesmo que o mundo seja abalado ao seu redor, não poderão nunca mais tirar de você, jamais irão vilipendiar algo tão seu, jamais irão usurpar o seu direito, jamais irão ter forças para dobrar seu corpo novamente, agora está mais forte e rígida que o titânio, nada te obrigará a curvar - se, apenas DEUS, mas ele te deu essa dádiva da liberdade, te libertou dos grilhões, então ELE não quer te ver como pássaro, preso em uma gaiola, mas livre com suas asas alçando vôos cada vez mais altos.

Viva cada minuto, segundo, momento como sendo únicos, porque a cada novo despertar de um novo dia, novas experiências virão, novos desafios serão concretizados para testar essa sua força, em vão, porque estás forte e firme, no comando do leme de sua vida, então nada irá abalar isso.

Viva, isso mesmo, VIVA, GRITE, CANTE, DANCE E SEJA FELIZ. 

Que nunca mais nada tenha força para te prender, sufocar, agredir, entristecer, agora é você e o mundo, então se jogue sem medo de ser feliz, sem esquecer um importante sentimento, AME, com tesão, prazer e muita paz.

Para uma pessoa especial e que faz com que o dia seja repleto de luz, com um simples sorriso e sua alegria de viver. 

Aprenda a ser assim também....... 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015


MULHER DE ATITUDE


A verdade é que mulher de atitude é aquela que abriu mão.
Abriu mesmo, sabe? Não, ela não se maquia mais como antes, nem está sempre de salto. 
Se libertou de qualquer relação afetiva com seu cabelo.
Definitivamente, não nasceram um para o outro.
Se curou da sua compulsão por etiquetas em roupas, sapatos, bolsas.
Argh! O problema não eram os objetos, mas as etiquetas.
Assim que ela as tirava, não os tinha com o mesmo prazer que os via. Agora está a salvo.
Abriu mão da postura imaculada, da cara amarrada.
Passou a sorrir mais para estranhos, fazer mais amigos e menos contatos.
Abriu mão da regalia exposta, se apaixonou pelo simples, pelo menos. 
Pelo dela, por ser ela. 
Um preço que quase ninguém quer pagar. 
Cansou dessa ciranda de sorrisos plásticos. 
Se mulher direita é assim, ela é assado; esquerda liberalista. 
Errada, contrariada. 
Ela é o oposto, o desgosto. 
Geralmente identificada como a louca. Não liga. Louca lhe cai bem, afinal.
Uma vez, ouviu de colega que ela devia “assustar os homens com seu jeito”, prontamente respondeu que selecionava os homens com seu jeito. 
Ela fala palavrão mesmo, e é escandalosa, conversa com deus e o mundo, teima em ser o centro das atenções. 
Em termos de bebida, ela coloca muito macho no bolso. 
Mas também sabe fazer outras coisas das quais eles se orgulhariam. 
Se toda casa tem que ter um homem, ela se dispôs a ser ele desde cedo. 
E não é só isso: ela liga no dia seguinte, puxa papo e, se der na telha, também dá em cima. 
Paga a própria conta – e a dele – dá um jeito para qualquer mau humor, mas principalmente, mau olhado. Se tem uma coisa que não se preocupa nem um pouco é como está sendo vista – ou falada.
De fato, encontrar alguém a sua altura é difícil. 
Não por ela, não lhe entenda mal. 
Mas por eles. 
Eles não querem uma mulher que seja pau a pau, que domine, que leve pra sua roda de amigas, que saia pra tomar sua cervejinha sozinha, que não o espere em casa assistindo novela enquanto ele está na pelada com os amigos. O que eles querem é a Sandy. 
A submissa, a quietinha, a que tenha um passado que não lhe condene. 
O dela arde em chamas; ela é o capeta de saias.
A mulher de atitude é um desafio, dá trabalho. 
Os clichês não lhe convencem, é preciso ter essência. 
Dispensa compatibilidade de gostos, o que ela busca são planos que se casem. 
Se quiser mantê-la não a prenda, nem sequer seus cadarços são amarrados. 
Se a vir partir não a pare, se lhe convir, ela vai voltar sem aviso prévio. 
Rejeita a premissa de carência afetiva, não se pode sentir falta do que nunca se teve. 
Ela não é reflexo, é ato. Não é vulgar, mas tem o sal que falta nas mulheres doces.
Já abriu mão daquela história de príncipe encantado, de cara certo, de opostos que deveriam se atrair. Seu santo não tem o pau oco, é recheado de memórias. 
Tem um orgulho inenarrável de todas as conjecturas talhadas pela vida por amores roubados, por amizades perdidas, por dinheiro gasto. 
Ela é pesada, ainda traz no lombo o fardo de suas asas cortadas. 
Não se esquece a dor da noite para o dia, é preciso senti-la e vê-la partir. 
Não pode fingir que não viveu tudo que já fez. 
Seria uma imensa grosseria com todos os anos cicatrizados na pele como marcas de sol. 
Não apagaria seu passado nem se pudesse. 
É dela, tão ela, quanto cada sorriso que guarda na lembrança de qualquer passo atravessado.
A verdade é que ela abriu mão. 
Abriu mesmo, sabe? Não, não se maquia mais como antes, pois procura por quem não tenha medo de ver seus olhos fartos. 
Nem está sempre de salto, já tem a cabeça na lua enquanto seus pés saltitam pela rua. 
Ela dispensa homem sem coragem. 
Antes uma vida só do que uma mentira a dois.e eu agradeço por ter uma mulher de atitude ao meu lado!!!!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015


DESAFIE - SE, VÁ ALÉM DO
QUE VOCÊ ENXERGA

As vezes você não percebe e olha apenas o final da estrada, da ponte, do deck, enfim dos caminhos e nunca tenta ir além, porque?

Simples por medo, insegurança, falta de incentivo, de apoio, de uma palavra amiga e carinhosa, de coragem para abandonar seus conceitos já gastos e passados, de sair da sua zona de conforto.

Em momento algum eu disse ou vou dizer que vai ser fácil, quando afinal foi fácil? 

Mas se for fácil, em gosto de conquista? De vitória? De uma batalha ganha contra você mesmo(a)?

Então pare um pouco e pense:

"Eu gostaria de estar na montanha em uma casa confortável, sentada(o) na beira da sacada, tomando um café quente, vendo o dia nascer e depois poder ver o resto do dia passar calmamente e fazer minhas refeições ouvindo apenas os sons da natureza, poderia invadir esse silêncio com uma boa música, nada de barulho, algo suave e tranquilo e assim poder desfrutar de todo o cenário que se abre a minha volta e a minha frente. Seria perfeito...."

Seria? Porque seria? Você apenas sonha? Não concretiza porque? Não luta por isso porque? Afinal quando você vai começar a se mexer?

Te digo porque não concretiza, porque tem o pior dos defeitos, medo, esse mesmo medo que te impede de ser feliz, de pensar que isso só é possível para os outros, que apenas as demais pessoas merecem ser felizes e poderem ter um espaço, um bangalô assim, um lugar tão especial. O que as torna diferente de você? Nada, elas apenas decidiram que não importava o custo, a luta, a batalha para conseguir, elas iriam conseguir.
Não importa o quanto de dinheiro vai nisso, porque você pode gastar dez vezes mais em tratamentos de doenças que nunca existiram em seu corpo e você desencadeou por medo e por querer deixar que tudo fique como esta. Pense nisso.

Vamos arregaçar as mangas e colocar no papel tudo o que vai precisar, foda - se o tempo, ele é o que menos importa, é o que menos nos interessa, afinal temos um objetivo final, esse sim interessa, o tempo é algo que faz parte de tudo, desde que nascemos a ampulheta não para de deixar a areia cair para o outro lado, o que vamos fazer dele e com ele, somos nós que decidimos.

Mas meu sonho não é esse, é ter um carro veloz, uma moto veloz, um jatinho, um barco, um iate, um casamento que faça a diferença, enfim, seja lá o que for, lute, depois, lute, ao passar de um tempo lute, porque a vida vai te por obstáculos, as vezes para te testar,a s vezes para apenas ver se você consegue mesmo, em outras para te sacanear e ver desistir e mostrar que você é fraco e suscetível a tudo o que te cerca. 
Seja qual for o obstáculo, transpasse - o com louvor, com fé, com amor, com garra, com tudo o que tiver dentro de você de bom, porque uma boa ação, é como uma onda em uma lagoa, desencadeia outras ondas, com isso, você irá ajudar muitas pessoas. 

Veja esse pequeno cronograma:

Você adquiri seja lá o que for, você comprou à vista, financiou, fez um rolo, enfim, adquiriu, isso fez com que outras pessoas envolvidas no processo também ganhassem, desde o vendedor até o fornecedor primário, você mexeu com a economia, com o fato de ajudar outras pessoas  a realizarem seus sonhos também.

Viu como um simples ato, movimentou mais um vez o mundo ao seu redor?

Então tira essa bunda da cadeira, para de se lamentar, para de acreditar que não é possível, vai a luta, de a cara para bater, enxugue as lágrimas, deixe os pontos negativos dentro de um saco preto de lixo e jogue fora, não esqueça disso, muito importante.

Se o que você quer pegar está no alto e não está possível de alcançar, pegue uma escada, um banquinho e suba nele e vai a luta. Nunca desista. NUNCA.

Você é o seu maior inimigo, então derrote a si mesmo e reconstrua o que já foi moldado pelos seus pensamentos inferiores de forma errada, forje agora um novo eu, se vier com cicatrizes das lutas, melhor, pois isso mostra sua maturidade para lidar com o que vier a frente, com tranquilidade e paz.

Enfim, lute, trabalhe, chore, grite, esperneie, xingue, volte e lutar, trabalhar, tudo enfim, mas vá de encontro a realizar seus sonhos, afinal não é só o padeiro que é bom em fazer e tornar sonhos realidades deliciosas, você também o é e faz muiiito melhor.




O QUE HOUVE COM VOCÊ RIO?
O QUE FIZERAM COM VOCÊ?


Quando parti daí a 26 anos atrás deixei uma cidade que fazia jus aos cantos e encantos de tantos compositores, "cidade maravilhosa", "praia do Brasil", "paraíso dos trópicos", dentre tantas alusões que faziam a ti. 
Hoje vejo uma cidade abandonada, deixada de lado, suja, decadente e caquética, como se grita - se por socorro, como se sua angústia fosse ouvida apenas no vácuo, ou seja, gritar em vão, pois o som não se propaga no vácuo.

Suas ruas antes tão bem cuidadas e limpas, hoje amontoam lixo, apesar da lei de combate a sujeira, que multa os desavisados que jogam lixo nas ruas, mas a sujeira está impregnada em seu asfalto, que mistura urina, restos de bebidas, gorduras, entre outras composições que se pode identificar, outras não tem como, só com análise de laboratório.

Andando pela linda Lapa, o que vejo são moradores de rua, mal trapilhos jogados por todas as partes, misturados ao mal cheiro que exala das ruas, nas quais a noite toda foi palco de turistas beberrões que não se importam em empilhar os resíduos de suas farras por todos os cantos, deixarem suas marcas como cães, que marcam seu território com urina, mesmo de dia, o cheiro é insuportável. 
A ladeira mais famosa do mundo com seus azulejos, colocados um a um, tornou se palco de algumas situações inusitadas, não falo de violência, porque essa está até que controlada, mas outras que não vale a pena mencionar.

Pichações? essas são as menores das atrocidades, porque os pontos turísticos e culturais, estão relegados ao abandono, ao esquecimento, museu de música e cinema, escola de arte e música, museu da quinta da boa vista, seus jardins e lagos, parecem um misto de deserto com descarga de esgoto in natura, as águas antes cristalinas, hoje são de um verde fétido e perigoso, porque contém bactérias diversas e o público ainda se banha nessas fétidas águas. 

O palácio imperial, que dantes era uma referencia, tornou - se algo que inspira espanto e cuidados, porque sua estrutura está ruindo em vários pontos, em outros empilham - se detritos e materiais diversos, como se fosse um depósito de lixo.  

O trânsito cada vez mais caótico, com obras que parecem a transamazônica, não saem de lugar algum e levam a lugar nenhum. A desculpa esfarrapada é o fator de sediar as olimpíadas, aonde? Com que estrutura? Se a copa do mundo já foi um fiasco em termos de estrutura. 

Como alguém quer sediar um evento de tamanha importância e relevância, se não consegue cuidar dos arrastões que se propagam pelas praias de Copacabana, Ipanema, dentre outras? 

Não se pode fazer uma festa cheia de efeitos especiais, quando a casa mal comporta manter - se de pé com sua estrutura comprometida, é uma loucura dar sequencia a isso, não adianta passar tinta nas paredes para disfarçar, ou seja, não adianta colocar soluções paliativas para tampar o Sol com a peneira.

O povo do Rio, está cada vez mais relegado a ignorância, porque não se vê estímulo a cultura, educação, percebe - se a olhos vistos, pessoas que não sabem usar de "por favor", "com licença", "obrigado", apenas uma grosseria seguida da outra. Tudo bem estarmos em uma cidade de clima tropical e quente, mas não dá o direito de fazer elevar o nível de falta de educação, o que pode subir e muito é a temperatura, apenas isso.

Transporte público? O que é isso, as leis de trânsito não existem e se existem são desconhecidas, porque os coletivos andam pelas ruas em verdadeiras corridas malucas, não respeitando nada e ninguém, motoristas que pensam estar em provas de stock car entre outras, correm feito loucos e sem a mínima preocupação com segurança, em veículos que estão velhos demais pra ainda estarem rodando, o que se concluí é que colocaram a frota do ferro velho nas ruas e deram a largada para ver quem sobrevive a esse caos.

A marina da Glória que recebe esgoto em natura, tornando - a fétida a ponto de não se poder andar de dia, apenas durante a noite, incorrendo em riscos diversos, sem necessidade. Esgoto esse que com a maré alta vai para o mar e com a maré baixa, devolve na praia do aterro do flamengo toda a sua sujeira e contaminação. A lagoa então não se pode mesurar o estrago, afinal fizeram de ti, um aterro sanitário a céu aberto e não avisaram aos milhares de moradores? Estão querendo chegar a que ponto? Estão querendo ruir com tudo a ponto de não sobrar nada? A ponto do pão de açúcar tornar - se o pão bolorento e mofado? De suas maravilhas se tornarem apenas estruturas de um mausoléu abandonado e decadente? Assim como muitos dos seus imóveis, que hoje passam pela auto vistoria, para terem condições de se manterem em pé? 

O que te fizeram meu Rio de Janeiro? Enfiaram os pés pelas mãos? De forma nítida se vê que sim, conclui - se que o que mata não são os tiros de fuzil, tão alardeados e propagados por uma imprensa irresponsável e decrépita, mas toda a estrutura que foi abandonada, você vê que o Rio levou não um, mas vários tiros de calibres diferenciados, os quais o colocaram na UTI, vive agonizando, mas não consegue ser ouvido. 

O Cristo Redentor que por vezes representou os braços abertos do carioca em bem receber e mostrar suas belezas, hoje está prostrado na mesma posição e pergunta - se: "O que eu faço com esse povo e essa cidade agonizante?......"

Se nem o próprio criador, arquiteto do universo, consegue ver uma solução viável e concreta a curto e médio prazo, o que será de nós?

Te digo o que será. 

Seremos os bastiões que irão cobrar das ditas autoridades soluções, iremos levar o povo as ruas para gritar e colocar tudo em ordem, porque não queremos ver mais travestis fazendo o que muitos políticos estão fazendo com o Rio, cagando em via pública, sem a menor cerimônia e pouco importando - se com o resultado final.

Meu Rio querido e amado, que tanto nos deu alegrias, que tantos carnavais e réveillons nos presenteou, agora é nossa vez de arrumarmos a casa para mostrar que apesar dos ferimentos e cicatrizes que irão ficar, ainda tens muito de beleza a oferecer, a mostrar ao mundo, todo o seu calor, calor em receber e mostrar o melhor desse Rio de Janeiro, que deu a garota de Ipanema, o carnaval técnico e único no mundo, as rodas de chorinho e samba raiz, as praias lotadas por crianças e famílias em segurança, dentre tantas oportunidades e maravilhas únicas. 


Quero te ver lindo e completo e não recortado por inúmeras obras que jamais serão finalizadas e muito menos terão serventia. Quero te ver exuberante como sempre foi, meu Rio de Janeiro, assim como na canção:

"O Rio de Janeiro continua lindo
"O Rio de Janeiro Fevereiro e Março
"Alô, Alô realengo, aquele abraaaaaço........"



quarta-feira, 16 de setembro de 2015





PARA QUANDO EU ME FOR… – 
UM TEXTO PARA QUEM NÃO 
TEM MEDO DE SE EMOCIONAR…



Morrer é uma surpresa. 
Sempre. Nunca se espera.
Nem mesmo o paciente terminal acha que vai morrer hoje ou amanhã. 
Na semana que vem talvez, mas apenas se a semana que vem continuar sendo na semana que vem.
Nunca se está pronto. 
Nunca é a hora. 
Nunca vamos ter feito tudo o que queríamos ter feito. 
O fim da vida sempre vem de surpresa, fazendo as viúvas chorarem e entediando as crianças que ainda não entendem o que é um velório (Graças a Deus).
Com meu pai não foi diferente. 
Na verdade, foi mais inesperado. 
Meu pai se foi com 27 anos, a idade que leva muitos músicos famosos. Jovem. 
Moço demais.
Meu pai não era músico nem famoso, o câncer parece não ter preferência. Ele se foi quando eu ainda era novo, descobri o que era um velório justamente com ele.
Eu tinha 8 anos e meio, o suficiente pra sentir saudade pelo resto da vida. Se ele tivesse morrido antes, não existiriam lembranças. 
Nem dor. 
Mas também não haveria um pai na minha história. 
E eu tive um pai.
Tive um pai que era duro e divertido.
Que me colocava de castigo com uma piadinha pra não me magoar. 
Que me dava um beijo na testa antes de dormir. 
Hábito esse que eu levei para os meus filhos.
Que me obrigou a amar o mesmo time que ele e que explicava as coisas de um jeito melhor que a minha mãe. 
Sabe? Um pai desses que faz falta.
Ele nunca me disse que ia morrer, nem quando já estava deitado cheio de tubos.
Meu pai fazia planos para o ano que vem mesmo sabendo que não veria o próximo mês. No ano que vem iríamos pescar, viajar, visitar lugares que nenhum de nós conhecia.
ano que vem seria incrível.
Eu vivi esse sonho com ele.
Acho, tenho certeza na verdade, que ele pensava que isso daria sorte. Supersticioso.
Pensar no futuro era o jeito dele se manter otimista.
desgraçado me fez rir até o final. Ele sabia. Ele não me contou. Ele não me viu chorar a sua perda.
E de repente o ano que vem acabou antes de começar.
Minha mãe me pegou na escola e fomos ao hospital.
O médico deu a notícia com toda a sensibilidade que um médico deixa de ter com os anos.
Minha mãe chorou.
Ela também tinha um pingo de esperança.
Como disse antes, todo mundo tem. 
Eu senti o golpe. Como assim? Não era só uma doença normal dessas que a gente toma injeção? 
Pai, como eu te odiei. Você mentiu pra mim.
Não fiquei triste, pai, fiquei com raiva. Me senti traído.
Gritei de raiva no hospital até perceber que meu pai não estava lá pra me colocar de castigo. Chorei.
Mas aí meu pai foi meu pai de novo. 
Trazendo uma caixa de sapato debaixo dos braços, uma enfermeira veio me consolar. 
Dentro, dezenas de envelopes lacrados com frases escritas onde deveriam ficar os nomes dos destinatários. 
Entre as lágrimas e os soluços não consegui entender direito o que estava acontecendo. 
E então a mesma enfermeira me entregou uma carta. A única fora da caixa.
“Seu pai me pediu pra entregar essa pessoalmente e te dizer pra abrir. Ele passou a semana inteira escrevendo tudo isso e disse que era pra você. Seja forte.” Disse a enfermeira com um abraço.
PARA QUANDO EU ME FOR dizia o envelope que ela me entregou. Abri.
Filho,
Se você está lendo eu morri. 
Desculpa, eu sabia.
Não queria te dizer que ia acontecer, não queria te ver chorar.
Parece que consegui. Acho que um homem prestes a morrer tem o direito de ser um pouco egoísta.
Bom, como eu ainda tenho muito pra te ensinar, afinal você não sabe de nada, deixei essas cartas. 
Você só pode abrir quando o momento certo chegar, o momento que eu escrevi no envelope. 
Esse é o nosso combinado, ok?
Eu te amo. 
Cuida da sua mãe, você é o homem da casa agora.
Beijo, pai.
PS: Não deixei cartas para sua mãe, ela já ficou com o carro.
E com aqueles garranchos, afinal naquela época não era tão fácil imprimir como é hoje em dia, ele me fez parar de chorar. 
Aquela letra porca que uma criança de 8 anos mal entendia (eu, no caso) me acalmou. 
Me arrancou um riso do rosto.
Esse era o jeito do meu pai de fazer as coisas. Que nem o castigo com uma piadinha para aliviar.
Aquela caixa se tornou a coisa mais importante do mundo.
Proibi minha mãe de abrir, de ler. Mas elas eram minhas, só pra mim. Sabia decorado todos os momentos da vida em que eu poderia abrir uma carta e ler o que meu pai tinha deixado. Só que esses momentos demoraram muito pra chegar.
E eu esqueci.
Sete anos e uma mudança depois eu não tinha ideia de onde a caixa tinha ido parar. 
Eu não lembrava dela.
Algo que você não lembra não faz falta.
Se você perdeu algo da sua memória, você não perdeu. Simplesmente não existe. Como dinheiro que depois você acha no bolso da bermuda.
E então aconteceu.
Uma mistura de adolescência com o novo namorado da minha mãe desencadeou o que meu pai sabia que um dia aconteceria.
Minha mãe teve vários namorados, sempre entendi.
Ela nunca casou de novo.
Não sei ao certo o motivo, mas gosto de acreditar que o amor da vida dela tinha sido meu pai.
Mas esse namorado era ridículo.
Eu sentia que ela se rebaixava pra ele. 
Que ele fazia pouco da mulher que ela era. 
Que uma mulher como ela merecia algo melhor do que um cara que ela tinha conhecido no forró.
Me lembro até hoje do tapa que veio acompanhado da palavra “forró”. 
Eu mereci, admito. 
Os anos me mostraram isso. 
Na hora, enquanto a pele da minha bochecha ardia, lembrei da minha caixa e das minhas cartas. 
De uma carta em específico que dizia PARA QUANDO VOCÊ TIVER A PIOR BRIGA DO MUNDO COM A SUA MÃE.
Corri para o quarto e revirei minhas coisas o suficiente para levar outro tapa na cara da minha mãe.
Encontrei a caixa dentro de uma mala de viagem na parte de cima do armário. 
O limbo.
Procurei entre os envelopes. 
Passei por PARA QUANDO VOCÊ DER O PRIMEIRO BEIJO e percebi que havia pulado essa, me odiei um pouco e decidi que a leria logo depois, e por PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE, uma que eu esperava abrir logo, logo. Achei o que procurava e abri.
Pede desculpa.
Eu não sei o motivo da briga e nem quem tem razão.
Mas eu conheço a sua mãe. 
Então a melhor maneira de resolver isso é com um humilde pedido de desculpas. 
Do tipo rabinho entre as pernas.
Ela é sua mãe, cara.
Te ama mais do que tudo nessa vida. 
Sabe, ela escolheu parto normal porque alguém disse que era melhor pra você. 
Você já viu um parto normal? Pois é, quer demonstração de amor maior que essa?
Pede desculpa. 
Ela vai te perdoar. 
Eu não seria tão bonzinho.
Beijo, pai.
Meu pai passava longe de um escritor, era bancário, mas as palavras dele mexeram comigo. 
Havia mais maturidade nelas do que nos meus quatorze anos de vida.
O que não era muito difícil por sinal.
Corri para o quarto da minha mãe e abri a porta.
 estava chorando quando ela, chorando também, virou a cabeça pra me olhar nos olhos.
Não lembro o que ela gritou pra mim, algo como “O que você quer?”, mas lembro que andei até ela e a abracei, ainda segurando a carta do meu pai. Amassando o papel já velho entre os meus dedos.
Ela me abraçou de volta e ficamos em silêncio por não sei quantos minutos.
A carta do meu pai fez ela rir alguns momentos depois.
Fizemos as pazes e conversamos um pouco sobre ele.
Ela me contou umas manias estranhas que ele tinha, como comer salame com geleia de morango. 
De algum modo, senti que ele estava ali. 
Eu, minha mãe e um pedaço do meu pai, um pedacinho que ele deixou naquele papel. Que bom.
Não demorou muito e li PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE.
Parabéns, filho.
Não se preocupa, com o tempo a coisa fica melhor. 
Toda primeira vez é um lixo. 
A minha foi com a puta mais feia do mundo, por exemplo.
Meu maior medo é você ler o envelope e perguntar da sua mãe antes da hora o que é virgindade. 
Ou pior, ler o que eu acabei de escrever sem nem saber o que é punheta (você sabe, não sabe?). 
Mas isso também não será problema meu, não é mesmo?
Beijo, pai.
Meu pai acompanhou minha vida toda. 
De longe, sim, mas acompanhou.
Em incontáveis momentos suas palavras me deram aquela força que ninguém mais conseguia dar.
Ele sempre dava um jeito de me arrancar um sorriso em um momento de tristeza ou de clarear meus pensamentos num momento de raiva.
PARA QUANDO VOCÊ CASAR me emocionou, mas não tanto quanto PARA QUANDO EU FOR AVÔ.
Filho, agora você vai descobrir o que é amor de verdade. 
Vai descobrir que você gosta bastante da sua mulher, mas que amor mesmo é o que você vai sentir por essa coisinha aí que eu não sei se é ele ou ela.
Sou um cadáver, não um vidente.
Aproveita. É a melhor coisa do mundo. 
O tempo vai passar rápido, então esteja presente todos os dias. 
Não perca nenhum momento, eles não voltam mais. 
Troque as fraldas, dê banho, sirva de exemplo. 
Acho que você tem condições de ser um pai tão incrível quanto eu.
A carta mais dolorida da minha vida foi também a mais curta do meu pai. Acredito que ele sofreu para escrever aquelas quatro palavras o mesmo que eu sofri por ter vivido aquele momento. 
Demorou, mas um dia eu tive que ler PARA QUANDO SUA MÃE SE FOR.
Ela é minha agora.
Uma piada. Um palhaço triste que esconde o choro por trás do sorriso de maquiagem. 
Foi a única carta que não me arrancou um sorriso, mas entendi a razão.
Eu sempre respeitei o combinado com meu pai. Nunca li nenhuma carta antes do momento certo. 
Tirando PARA QUANDO VOCÊ SE DESCOBRIR GAY, claro. 
Nunca acreditei que o momento de ler essa carta chegaria, então abri muitos anos atrás. 
Ela foi uma das mais engraçadas, por sinal.
O que eu posso dizer? Ainda bem que morri.
Deixando as brincadeiras de lado e falando sério (é raro, aproveita). 
Agora semimorto eu vejo que a gente se importa muito com coisas que não importam tanto. 
Você acha que isso muda alguma coisa, filho?
Não seja bobo, seja feliz.
Sempre esperei muito pelo próximo momento. Pela próxima carta. 
Pela próxima lição que meu pai tinha pra me dar. 
Incrível como um homem que viveu 27 anos teve tanto pra ensinar pra um senhor de 85 como eu.
Agora, deitado na cama do hospital, com tubos no nariz e na traqueia (maldito câncer), eu passo os dedos por cima do papel desbotado da última carta. 
PARA QUANDO SUA HORA CHEGAR o garrancho quase invisível diz.
Não quero abrir. Tenho medo. 
Não quero acreditar que a minha hora chegou. Esperança, lembra? Ninguém acredita que vai morrer hoje.
Respiro fundo e abro.
Oi, filho, espero que você seja um velho agora.
Sabe, essa foi a carta mais fácil de escrever. 
A primeira que eu escrevi. 
A carta que me livrou da dor de te perder. 
Acho que estar perto do fim clareia a cabeça pra falar sobre o assunto.
Nos meus últimos dias eu pensei na vida que eu levei. 
Na minha curta vida, sim, mas que me fez muito feliz. Eu fui seu pai e marido da sua mãe. 
O que mais eu poderia querer? Isso me deu paz. Faça o mesmo.
Um conselho: não precisa ter medo.

PS: Tô com saudade.