segunda-feira, 27 de agosto de 2012



BRIGA, DEPRESSÃO, DOR

Quando eu discuto com você, sinto que algo dentro de mim se quebra, como se parte de uma estrutura forte, bem construída com o passar dos anos, caísse, ruísse como um monte de areia que a onda leva, o vento carrega e nada pode impedir essa força destruidora.
Quando sinto essa dor, a depressão toma conta do meu ser, de uma maneira que nada me alegra, a música torna – se barulho, as paisagens perdem a cor e tornam – se borrões, as artes nos quadros não passam de meros rascunhos mal desenhados e com tinta desbotada em suas cores. 
Quero me encolher nos cantos, na posição de feto, pois assim, tenho como defender e proteger o pouco que restou de mim.
A dor lacerante perfura meu ser, como se fosse uma espada com um fio de corte feito em aço forjado pelos grandes mestres da cutelaria, ela toma conta de tudo, dos meus pensamentos, da minha vontade de vencer as barreiras, do meu incentivo e credo no dia seguinte ser melhor que o hoje, enfim tudo se torna cinza, distante e sem futuro.
Porque você briga comigo por razões tão pequenas e sem valor, o que ganha com isso? 
Porque ao invés de brigar, de discutir assuntos que não quero tocar ou mencionar, você não olha nos meus olhos e vê que neles existe um amor que você precisa e que nunca teve. 
Que procurou por tantos anos e agora que tem nas mãos joga fora. 
Não mate na raiz a planta que vai alimentar a sua fome de carinho, compreensão, afeto, amor, diálogo e outras tantas que enumerá –las, seria fazer uma lista grande e bem distinta. 
É alimentar valores que não agregam absolutamente nada a nossa relação, então mesmo sendo eu o agredido, te peço desculpas, afinal, você está abalada não sei o porquê e para que alimenta essa agressividade sem nexo, sem fundamento. 
Afinal quem te agrediu e lhe sufocou por anos não fui eu, não tenho o porque fazer você chorar, te repreender, reprimir, castrar seu sonhos e vontades, ao contrário disso tudo, quero ver você sorrir e realizar suas fantasias, sentir o gosto da liberdade que tanto amo, correr na chuva e depois rir de estar com os cabelos molhados e com cara de menina brejeira com o rosto respingado pelo barro, da poça de lama que ficou pulando para ver o barulho da água escorrendo para todos os lados; o arrepio do frio, do medo do resfriado, mas sem medo e sem pudor ou vergonha tomar aquele banho quente e demorado comigo, enrolar – se na toalha e aquecer seu corpo nu junto do meu no leito gostoso de nossa cama, com muitos beijos e carícias inocentes que irão se tornando cada vez mais lascivas a ponto de terminar com o seu grito rouco de prazer e o brilho no seu olhar de felicidade, por esses momentos tão simples, mas valorosos.
Não brigue, não cause dor, não dê vazão a depressão dessa forma, vamos espantá – la e todos os fantasmas que te assombram juntos, vamos nos tornar caça fantasma. Expelir, expulsar e afugentar inseguranças, medos, dúvidas sejam lá quais forem de forma sadia e assim poderemos ser felizes juntos, porque quero estar ao seu lado sempre e caminhar junto com você, não quero nem atrás e nem na frente, mas ao seu lado, sempre.
Sofro, grito por sua compreensão, mas principalmente apelo ao seu bom senso pelo nosso futuro feliz e sadio, afinal tanto quanto você quero sorrir,  brincar de ser criança, desenhar nas nuvens, viajar nos sonhos, mas sempre ter a certeza de que onde quer que eu esteja ou vá, poderei sempre retornar para seus braços e seu colo.  

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