segunda-feira, 27 de agosto de 2012



LASCIVIA


Esse encontro de duas almas trás a tona várias emoções, dentre elas o desejo reprimido por anos de solidão do ser em si, da solidão contida nos urros e gritos contidos na garganta, por não poder expressar a verdadeira forma de amar, forma essa que vem do cheiro da pele, do desejo arrepiado nos pêlos e na pele que enrijece os mamilos e pede pelo toque e pelo carinho safado e faminto.
Isso tudo reflete – se no olhar que ilumina como a Lua em noite clara, no sorriso que fica sem vergonha, sim, sem vergonha alguma de expressar os desejos lascivos mais picantes e inexpressivos em palavras. Apenas querem ser consumados em atos concretos e não mais em desejos e sonhos noturnos ou divagações, que passam por momento de pura imaginação liberta dos valores pudicos e castradores.
A boca beija e beija cada vez mais com vontade de absorver os lábios que a tocam com desejo e angústia, mas não está expressando nesse sentimento dor ou sofrimento e sim a vontade pura de saciar desejos eróticos que não tem como ser descritos de forma comum, apenas com toque se pode demonstrar o que é desejo. É inerente a boca secar, a garganta ficar rouca, as palavras sumirem e serem substituídas por uma linguagem que não se entendem, mas o corpo interpreta de forma clara e sem dificuldade alguma.
Como é belo o contorno do seu corpo, cada curva que é percorrida nessa estrada sinuosa do prazer, cada pedacinho que se revela nesse percurso que leva ao seu ventre, que dança de forma desconecta e sensual. Reage ao menor estímulo, que sente a umidade preencher suas entranhas misturando – se aos pêlos pubianos e lábios de forma incontrolável, deixando a impressão que o corpo irá desidratar de tanto que se esvai em prazer.
Ao ser penetrada, pelo arfar de uma boca que dantes lhe beijava os lábios, sente então a perda total da consciência e todos os sentidos e pudores se vão, não existe mais tempo, relógios que marcam as horas, compromissos que transformam – se em tensão pura, enfim o mundo lá fora deixa de existir e para por alguns momentos cruciais. O corpo grita por ajuda, a boca sufoca a dor, os batimentos aceleram a ponto de tornarem – se uma taquicardia, mas na verdade esses momentos que duram por vezes alguns segundos, no orgasmo pleno e puro de prazer, representam seu momento maior de liberdade, ali você grita como se o mundo necessita – se dessa liberdade, dessa forma incompreensível de expressão, no final sobram apenas às pernas bambas, o corpo mole, o sorriso no rosto iluminado por expressões tranqüilas e o prazer escorrendo por entre os corpos que se amaram com tanta intensidade.
A tranqüilidade que toma conta do ambiente depois é o silencio contido, por sentimentos verdadeiros, amor, carinho, paixão, tesão, compulsão, enfim esse mix de sentimentos cala toda e qualquer forma de expressão, a única coisa que se pode dizer é com os braços, que te envolvem em um abraço terno, quente e seguro, do qual não quer mais desvencilhar – se, afinal para que deixar a segurança desse momento, se lá fora existe apenas a cobrança de uma vida que lhe tortura com tantas coisas?
Não nesse momento mágico, o mundo parou e teve paz, porque ela libertou toda a sua lascívia, toda sua feminilidade e enfim, pode sentir – se amada, ouvir eu te amo de forma clara e ter a certeza de que nunca mais irá precisar de mais nada em seu corpo, sejam remédios, terapias ou drogas controladas, seja lá o que for, está liberta, está apta a viver novamente, a despertar o que é mais puro e verdadeiro, o amor lascivo e puro.
“O unicórnio disse: acredite em mim que acreditarei em você.”
Não se contenha mais, apenas liberte – se, seja você, destrua paradigmas criados por você mesmo, vá de encontro a sua felicidade, porque quem espera alcança, mas quem espera demais, deixa a vida passar e a felicidade ir embora para nunca mais retornar, afinal ela tem outros corações a alegrar também.
Namore, ame, apaixone – se com lascívia, com desejo, com prazer, mas jamais com medo, porque o medo esse é o maior castrador da felicidade.

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