SINTO FALTA DE CONVERSAS INTELIGENTES
Não
sei se é apenas uma percepção minha, uma exigência com o passar dos
anos, o hábito de ler muito, a auto crítica que sempre tive com relação
ao senso comum e o fator de me ver obrigado a participar de conversas
fúteis e sem nexo por vezes, sejam elas em roda de conversa, de
conhecidos, no meio de uma "balada" com cerveja rolando solta, mas sinto
a falta de conversas inteligentes, com assuntos que tragam ganhos e
também prazer.
Conversas
sobre livros, artigos científicos, sobre peças de teatro, fatos
históricos com embasamento e senso crítico, ter opção de pensar e
aprender, com a atual conjuntura, me vejo regredindo e penso que em
breve irei sucumbir a programas acéfalos de tv aberta, novelas folhetins
que nada acrescentam, ao contrário, desvirtuam toda uma geração, a
filmes classe E, pois são aqueles que você sabe a primeira incursão de
diálogo e não muda nada com o decorrer da película hollywoodiana, ao
contrário, você sai da sala com a vontade de bater até mesmo na própria
sombra.
SOCOOOOORRROOOOO,
onde estão os assuntos que divaguei e conversei ao longo dos quase
4.000 livros lidos? Sobre a linguagem abordada, sobre o tema,
personagens, roteiro envolvido e desenvolvido ao longo da história? Eu
tenho 3 livros ainda por terminar, um quase no final, outro no meio e o
último a minha obra pessoal, sobre minha vida e toda a experiência
adquirida ao longo desses 52 anos, mas sinceramente, não consigo arrumar
tempo e inspiração para terminar nenhum deles, ao contrário do
primeiro, memórias do coronel e do segundo, amores e dissabores, esses
travaram, puxaram o freio de mão e mandaram recolher o cérebro para o
pátio do vácuo existente no quadro atual de diálogos.
Não
fique pensando que estou querendo ser melhor, superior, soberbo ou o
que quer que seja, sobre as demais pessoas, mas por favor, ajudem a
deixar um legado maior que este atual, algo que tenha contexto, tenha
qualidade, diversidade(nem mencione a sexual,pelo amor de DEUS, isso já
esmagou qualquer culhão existente), ajude a construir cultura, saber,
mostre que tem algo melhor que tudo o que sabe para legar aos novos, aos
incautos, aos dislexos, ao preenchimento de cabeças que portam grandes
atletas de natação, pois não tem nada entre uma orelha e outra, somente o
líquido amniótico, então seus portadores praticam muita natação para
chegar de um ponto ao outro.
Eu
errei em querer aprender demais, ler demais, procurar conhecimento,
procurar uma diferenciação, fui obrigado a regredir e entrar em contato
com o meu eu, pedir para erradicar metade do que sabe e imbecilizar um
pouco, assim faço todos felizes e não ofendo ninguém. Mais uma vez,
peço, não me critique, eu errei por querer evoluir além do que me foi
permitido, hoje não lembro metade do que aprendi sobre arte, sobre
música, autores, peças de teatro, fico envergonhado de abrir a boca e
dela somente sair asneira e com isso "pagar o gorila" do ano, da década.
Antes podia me dar a esse luxo, era um menino incauto e imaturo,
aprendi nos livros que poderia me tornar o que quisesse, bastava
inspiração, força de vontade, dedicação e claro muita leitura, estudei
muito e quero fazer mais uma graduação se conseguir e claro DEUS
permitir, vai ser mais uma para o fundo da gaveta, para companhia das
outras.
Em
tempos de mídias sociais absortas em ostracismos e iniquidade
intelectual, quem pensa é visto como um alienígena, as vezes olho para o
lado para ver se não tem alguém com uma tocha acesa na mão e querendo
me queimar na fogueira das vaidades das redes sociais.
Liberdade
de pensamento e diálogo, esses dois itens, nem o ministro diarreia,
Gilmar Mendes, consegue libertar e olha que esse solta até mesmo prisão
de ventre de óvulo não fecundado......
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