terça-feira, 25 de junho de 2019






COMO UMA ONDA

Quando olhamos o mar, muitos devaneios vem em nossa mente:
- a vontade de viajar sem destino e sem ter parada certa;
- a velha pergunta que fazíamos aos nossos pais, depois daquela linha no horizonte o navio cai? (isso foi motivo de medos e temores inclusive para os nossos desbravadores de séculos atrás);
- saber que mistérios escondem as profundezas e também que tesouros estão submersos em sua vastidão, afinal nosso planeta Terra é composto por mais de 70% de água, já pensou em melhorar sua performance na natação???
- Ver se o mar é verde em todas as partes ou se é azul como o Pacífico ou mesmo o Índico;

Seja lá qual for a vontade a fantasia, nos deparamos com a constante de marés que sobem e descem, das ondas contínuas que surfistas tentam de todas as formas "dropar", surfar, desbravar e alguns até praticam manobras fenomenais, um show à parte.
Onde você iria se pudesse? Quais aventuras você teria coragem de enfrentar mar adentro e ondas e mais ondas em meio ao vasto oceano que suplanta nossa imaginação e também nossa coragem?
Até onde vai seu espírito desbravador e aventureiro? Recentemente alguns canoístas  tiveram a agradável surpresa de ter uma baleia ao redor de sua canoa, fazendo peripécias e saltos lindos, mesmo com o susto o show que ela deu foi sensacional, ainda bem que estamos em máres brasileiros, se fosse em mares americanos ou asiáticos teriam sido vítimas de um tubaraão branco com certeza.

Nossos devaneios são como as ondas do mar, vem e vão, alguns com tormentas que nos fazem enfrentar os mais loucos desafios, outros cálidos e serenos como o mar de quem já teve a chance de fazer um cruzeiro pela costa, mas seja lá como for, imagine que sua vida e suas decisões sempre devem nortear - se não pela subida das marés, pois alto e baixos temos todos em toda a nossa vida, mas pelas ondas, sim, já viu a quantidade de belezas que se encontra na areia após uma noite de ondas calmas? Claro que temos de ter essa experiência onde as pessoas respeitam a natureza, caso contrário iremos colher LIXO E MAIS LIXO, deixado pelo ser mais destrutivo que já se teve notícia: O HOMEM.

Mas encaremos um cenário propício a isso, iremos colher conchinhas, nem tenta me enganar que você já pegou muitas para levar de recordação e para colocar na sua estante, aquário ou seja lá qual for o fim que deu. Você pode encontrar estrelas do mar, muitas surpresas podem advir dessa caminhada matutina. Mas ai você se pergunta, só vou poder colher frutos quando estiver na praia e assim equalizar meus pensamentos? Não. Você pode fazer isso quando e onde quiser, feche os olhos, deixe a mente vazia por um tempo e tente navegar dentro de si e veja qual é o resultado depois.

Irão ter ondas que irão te atingir como tempestade, essas são seus temores e dúvidas;
Irão ter ondas que vão te afogar, essas são seus anseios e sua instabilidde emocional;
Irão ter ondas que serão apenas marolas sem força alguma, são suas certezas e conquistas, sua habilidade de auto controle;
Enfim, como uma onda no mar, tudo isso irá vir e voltar sempre, mas você pode controlar e tirar o máximo proveito desse turbilhão que se forma no horizonte de sua mente, no furacão que vem lá longe, basta usar seu bom senso e esperar o momento certo para tomar suas decisões, não é fácil quando a ansiedade toma conta de você, mas se aprender a controlar sua ansiedade e a respirar, isso mesmo, respirar corretamente, nunca irá se afogar no meio da onda, seja ela alta demais ou uma simples marola que não cobre sequer seu pé.

Em síntese, aprenda que a vida dá voltas e mais voltas, sendo assim, como em nosso planeta, a sua maré irá subir e descer várias vezes, seja o capitão do navio que é sua mente e vença todas as tormentas, jamais deixe seu barco ser tragado para as profundezas do medo ou da dúvida, sempre o aporte em portos seguros, de preferência no que tem o nome de coragem, garra, vontade de vencer e conquistador, assim você além de se tornar um excelente navegador, será de uma força inacreditável, porque aquele que vence o desafio se torna vencedor, mas o que vence a si mesmo, torna - se IMBATÍVEL.       
 

quarta-feira, 5 de junho de 2019


ME AND LADY DEATH


Já visitei a morte por várias vezes, desde pequeno, da minha remota lembrança, sempre tivemos um caso de amor forte e repleto de idas e vindas(no caso morrer e voltar). Já me vi com 45 graus de febre e sendo dado como morto por médicos para os meus pais quando tinha apenas 4 anos, já tive as doenças infecto contagiosas que um ser humano pode ter em sua infância: sarampo, rubéola, catapora, furunculos pelo corpo todo, infecções pulmonares devido ao excesso de friagem, hipotermia por estar muito tempo exposto em missões de trabalho. 

Um acidente de moto igual ao da foto, para não sobrar muito da moto(uma pena), pobre moto... rsss mesmo sadicamente hoje analisando o acidente vejo que ainda tenho mais uma vida, afinal já passei no vale da morte seis vezes, a mais recente foi uma cirurgia de duodeno(a parte que liga o esôfago ao estômago), dez horas de cirurgia, três paradas cardíacas violentas e olha eu aqui de volta, oito meses sobre uma cama , 44 pontos internos e externos, passaram over loque dessa vez rsss  mais uma piada sádica claro, afinal que tanto tenho de fazer aqui nesse mundo? se fosse um cientista famoso e com PHD, maravilha, vou criar ou desenvolver algo que salve a humanidade, se fosse um engenheiro renomado também com PHD, criaria a máquina que iria matar a fome de todos e traria paz a boa parte do mundo, mas;

"sou apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no bolso e parentes importantes, vindo do interior.." nada me descreve melhor.

Uma vez li o seguinte poema: 

"amava a morte e ela não o queria, um dia cansado de seus descasos, apaixonou se pela vida. A morte enciumada arrancou lhe o coração em um ato totalmente de possessividade e ciúmes" 

Penso que não devo me apaixonar pela vida, vai que a mulher da foice que tantos temem e que nunca me trouxe medo fica brava, ai lá vamos nós ter a nossa DR - discussão de relação.... com ela, claro que nunca vou ganhar.

Hoje vivo um dia por vez, uma nova vida e novas perspectivas e também muitas dúvidas, pois cada vez que se voltada morte, a vida se torna estranha de forma que os questionamentos são cada vez mais intrínsecos e vorazes. Você já não vê graça em muita coisa e nada te desperta mais tanta emoção, afinal voltar da morte é uma mega experiência de adrenalina e emoção, sendo assim o resto se torna fútil e por vezes desprezível.

Não é soberba ou arrogância, mas ter outras prioridades e metas, algumas que o vão ser humano não compreende até ter que superar isso, pelo amor de DEUS, não quero ter uma vida longa ou eterna, socorro, quero virar pó como todo mundo. Quero ver meus pais do outro lado e ver as pessoas que me são caras e fazem falta e poder abraçar a todos, claro se for possível, como disse e escreveu em suas diversas obras, nosso amado e único mestre Chico Xavier, como gostaria de ser 0,000001% do que ele foi, seria uma realização pessoal ter a luz dele, a sua visão tão linda e privilegiada desse mundo torpe e perdido.

Mas  penso que jamais terei essa bênção, sendo assim, vou vivendo, levando sorriso aos rostos tristes, falando besteiras para aqueles que querem extravasar o seu eu e poderem sorrir de suas idiotices, levando uma palavra de conforto aos que estão sofrendo e perdidos, enfim usando a única ferramenta que tenho, a voz e a pouca e parca inteligência.

Sempre digo que se fizer ao menos uma pessoa sorrir por dia, já valeu o meu dia e a minha semana será mais próspera, por isso escrevi o texto sobre a dor que me atormenta e me incomoda. É complicado estar nessa vida, tendo passado pela outra e voltado tantas vezes, as vezes quando ouço a música RADIO, com DONNA SUMMER E  SEAL, tenho a certeza de que fiz a escolha certa na área profissional, queria poder fazer mais, porém vou aceitar o que tenho por hora, já disse o poeta de xerém: "deixa a vida me levar, vida leva eu...." mas não se apaixona não viu, porque se não a dona morte vai ter mais uma crise de ciúmes e lá vou eu de novo

Viva cada momento de sua vida como se fosse o último, afinal posso falar de experiência própria, a morte não está na curva ou ali naquela esquina, mas ao seu lado só esperando você vacilar e cometer o mais ínfimo erro para te levar. 

VIVA, DESENCANA QUE A VIDA ENGANA.....
A pior prisão não é aquela que te priva de liberdade entre quatro paredes, seja por 4 meses, 40 anos, 4 séculos(no caso de sua alma), mas aquela que está dentro de você, aquela que te oprime a todo momento, com inseguranças, medos e até mesmo ceifa a vontade de alçar novos voos, novos ares, te impede no seu íntimo de criar, de soltar o ar preso em seus pulmões em um grito de socorro, de poder ficar só, pensar, enxergar momentos seus sem a presença de ninguém, afinal tudo que excede, sobra.

O que sobra geralmente, usamos como compostagem ou descartamos; mas como descartar algo que não tem como, algo que está incomodando dentro de você e por mais que tente ter sensibilidade e tato para lidar com isso, você já perdeu o feeling há muito tempo. Como saber o momento certo de explodir ou de calar ou de amar ou mesmo de gritar por socorro e liberdade?

Uns chamam de depressão, outros de opressão, outros de vilipendiar liberdade alheia, mas como definir algo que te sufoca e mesmo assim você não sabe como romper esses grilhões?

Como enxergar que o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença? Que no caso do não amor o que impera é o medo? Mas medo do que? Porque esse medo, essa fuga de um lugar que não existe a não ser dentro do seu peito que está sufocado e precisa respirar a qualquer custo?

Como se evadir de um local que não tem paredes, portas, janelas ou mesmo que um dia tenha tudo isso é abstrato, pois está na sua alma, que sangra por dentro devido uma dilaceração profunda e aguda que foi causada talvez por anos e anos a fio de casos e mais casos vazios e que hoje se instauraram em você como parte ínfima porém latente?

Dúvidas pairam sobre seus pensamentos, elas existem, elas são claudicantes e perspicazes em determinados momentos, em outros são cruéis, são fulgás, são aterrorizantes, te colocam a beira da insanidade e te devolvem a realidade como um sopro de um furacão, tamanha o despertar para uma realidade que te assombra e as vezes te instiga a ver até onde pode ir. Desafiar seus limites, tentar ver se o fio da vida é tão frágil como já descreveram tantos e tantos pensadores gregos em suas ilíadas, ver se realmente dançar sobre a lâmina que interpõem a morte é tão perigoso assim, enfim explorar algo que nunca te incomodou, o medo. 

Sim o medo que apavora tantos, que os joga na depressão, o medo que tange a vida humana a milênios, desde a sua criação, seja o medo do caçador que tem de pegar água a beira do rio sem que o crocodilo coma seu bebê que está na margem, seja o medo que aflige o aventureiro pendurado a beira de um penhasco sem proporções de fundo, quando sua corda está rompendo centímetro a centímetro e ele não tem aonde segurar para terminar essa escalada e vê que o fim é proeminente. Medos de ceifar a vida? porque? por ser passageira e você não ter tido tempo de conhecer todos os lugares que queria ou mesmo ter espaço para ficar só? 

Sim o medo, algo que não deveria existir em nossos vocabulários, porém é parte presente de nossa educação e criação, desde pequenos somos instigados pelo "não faça isso, não faça aquilo..." gerando medos e insegurança, mas e quando você nunca teve limites e nunca teve que se preocupar com nada além de sua liberdade de poder ir e voltar quando quer e bem entende? Quando isso é ceifado de sua vida, te privam das asas, das estradas, das caminhadas solitárias e pensativas que tanto te energizam, porém isso não representa uma prisão efetuada pela justiça, em presídios, celas de concreto, mas dentro de você, dentro de suas expectativas frustradas por situações adversas e que ninguém pode responder porque não sabe de sua dor, não sabe de seu desespero, de sua aflição...

Gritar resolve? dizem que emana energia, mas a física ainda não comprovou esse ensaio científico. Quebrar tudo ao redor, dizem que alivia, porém repor tudo depois vai despender energia, estresse, dinheiro, você só irá trocar seis por meia dúzia. Enfim como soluciona isso tudo? Como achar a resposta para essa situação tão complexa, pois você não pode se dar ao luxo de errar, existem cobranças que ceifaram sua mente, pensamentos pela eternidade, logo você que sempre teve solução para tudo, agora se vê perdido e vazio, desesperador tudo isso, a dor em seu peito sufoca, machuca, te dá vontade de rir, chorar, gritar, mas nada disso alivia essa zona toda na mente.

DEUS, já te deu várias chances de reavaliar suas escolhas,o diabo por sua vez vem e bagunça a porra toda, um te mostra salvação e pede paciência, outro te mostra as chaves de uma liberdade que vai te aprisionar mais ainda..... Como diria um velho amigo: "Situação do caralho, se correr o bicho come, se ficar ele pega...." o ditado não está errado, se correr o demônio te pega na curva, se ficar DEUS te pega pelas orelhas e te põe de castigo até você conseguir com sua mente limitada entender tudo isso. "Eu deveria estar contente por usar apenas 10% da minha mente animal....." já cantou um dia Raul Seixas.

Tudo isso é um desabafo, mas não para ninguém, para si mesmo, um momento de decidir o que melhor lhe apetece, o que melhor te faz ter tesão em viver, não quero piedade de ninguém, conselho de ninguém, quero apenas poder tirar esse peso que está me sufocando o peito e não consigo identificar o que causa tudo isso, quando identificar saberei como lidar, seria o excesso de liberdade que hoje me faz falta? seria a vontade de ficar um bom tempo sozinho? enfim o que acontece dentro do meu ser que está me fazendo morrer um pouco a cada dia e perder a vontade de seguir em frente? Não estou depressivo, pois ainda amo ouvir música, amo ficar com meus cachorros, amo a vida nova que estou construindo aos poucos, enfim nada disso me causa incomodo, mas essa merda já deu, já chegou ao limite. 

Vou resolver isso uma hora, um dia, uma noite, seja lá quando for. Afinal sou aquilo que construí para durar, EU, esse eu que já fez muita cagada, já chorou muito pelas perdas e sorriu com as poucas conquistas, mas que nunca desistiu de lutar e vencer, mas que está cansado e velho para tantas outras situações.